Você sabia que o cérebro, para garantir nossas funções vitais, consome, em média, cerca de 20% do nosso oxigênio e de 15 a 20% de glicose? Não é à toa que ele é treinado para poupar energia. Então, já que nosso cérebro está programado para não dar atenção para tudo que vê, como conseguir quebrar esse padrão quando o assunto é gerar resultados mensuráveis em mídia de performance?
Apostar no neuromarketing é uma excelente opção! Principalmente se estivermos falando em arquétipos e gatilhos mentais.
O que são arquétipos e como eles ajudam na mídia de performance?
Arquétipos nada mais são do que conceitos, estereótipos ou representações de modelos ideais. Por exemplo, ao imaginar uma cobra, muito provavelmente conceitos como perigo, veneno, poder ou intimidação vão surgir na nossa mente. O mesmo acontece com leão, a associação do animal com força, liderança ou ser o rei da floresta é praticamente instantânea para todos. Arquétipos, portanto, são os significados que atribuímos para alguma coisa.
Agora, quando falamos sobre o seu negócio, o que as pessoas pensam? Um produto ou serviço que não tem bem definido o seu arquétipo, possui extrema dificuldade em influenciar o comportamento do seu público.
Em vendas é imprescindível trabalhar o impulso e as emoções para levar o cliente a uma ação desejada. Nós somos movidos por estímulos. Logo, trabalhar estratégias que ativem o inconsciente através de gatilhos, é um dos caminhos mais assertivos para uma mídia de performance ser positiva. No entanto, quando uma marca detém uma personalidade que vai de encontro à visão do seu público-alvo, a mensuração dos resultados pode se tornar ainda mais matadora. Isso porque, dependendo da maneira como somos expostos à uma marca, são liberados hormônios que nos geram sentimentos não passíveis de controle, como o impulso causado pela escassez, autoridade ou urgência de um produto ou serviço.
Sobre o conceito
Os arquétipos passaram a ser melhor explorados e ganharam um novo conceito com Carl Jung. De acordo com o psiquiatra e também psicólogo, há, no nosso inconsciente, informações que são comuns a todos, independente de religião, idade, gênero ou crença. Isto é, conceitos que são universais e já enraizados em nossa mente.
Para ele, todo o ser humano se encaixa dentro de 12 tipos de arquétipos. Claro que a pessoa pode identificar traços de sua personalidade em mais de um tipo, contudo, para todos, haverá apenas um dominante. Confira quais são eles:
Os 12 arquétipos de Jung:
- Inocente: É o que evita confrontos, é otimista, ingênuo, sonhador. Ex: Coca-Cola.
- Cara comum: Não quer nem mais nem menos do que é seu por direito, não é visionário, a simplicidade já é o bastante para a sua vida, não quer ser destaque em nada, já se vê satisfeito pertencendo a um grupo. Ex: Hering.
- Herói: Detentor de coragem, o protagonista que cresce ao longo da sua trajetória, é dedicado e não mede esforços para provar o seu valor. Ex: Nike.
- Cuidador: Sua maior característica é a empatia, sempre se coloca no lugar do outro, tem compaixão e senso de proteção. Ex: Natura.
- Explorador: É aquele que não abre mão da sua independência e liberdade, o monótono e a rotina são chatos para esse tipo de arquétipo, gosta da sua autenticidade. Ex: Land Rover.
- Rebelde: Não se incomoda de chamar a atenção, quebra regras se elas não forem de encontro ao seu modo de pensar, é questionador e provocador, não gosta do que é obsoleto. Ex: Harley Davidson.
- Amante: Estética é tudo. Foco na sensualidade, no desejo, no encantamento. Aparências abre portas. Ex: Louis Vuitton
- Criador: Criatividade, ideias fora da caixinha e inovação são o seu forte. Gosta de fazer as coisas sob a sua perspectiva. Ex: Netflix.
- Tolo: Também conhecido como o bobo da corte, é aquele que se contenta sendo a fonte de alegria dos outros, vive o momento e prefere se divertir a resolver qualquer assunto sério. Ex: Skol.
- Sábio: É aquele que tem sede de conhecimento. Não só checa as informações como também é a própria fonte. Seu lema: a verdade é o único caminho. Ex: CNN.
- Mágico: Não faz questão de ver a vida com tanta rigidez e lógica, prefere o misticismo e a crença. Dá muita relevância à intuição. Ex: Nasa.
- Governante: Aquele que gosta de ser o exemplo, tem senso de liderança, de responsabilidade, que gosta de pisar em chão firme. Ex: ONU.
O conceito aplicado no marketing
Como já exposto agora pouco, uma marca, ao adotar um arquétipo, tem grandes chances de ativar neurotransmissores responsáveis pelas emoções em seu público-alvo. O que garante ações de compra movidas, sobretudo, pelo impulso. Mas por que isso acontece? Porque os arquétipos miram exatamente em 2 grandes fatores: identificação e necessidade.
- Identificação:
Vamos supor que você se esbarra com uma propaganda da Apple anunciando um novo aparelho eletrônico. Se você é do tipo que questiona o status quo a todo momento, muito provavelmente vai se identificar com a marca. Porque ambos seguem valores do arquétipo do Rebelde. É como se você visse seus princípios também na empresa. Por isso é tão importante segmentar o seu público, isto é, saber qual a personalidade da maioria dos seus consumidores. Para atingi-los de maneira certeira. E tudo bem direcionar seu produto/serviço para um público em específico, porque quem acaba querendo atrair todo mundo, no final das contas acaba não atraindo ninguém.
- Necessidade:
Visamos o equilíbrio das coisas, tomamos decisões levando em consideração as nossas necessidades. Por exemplo: o que pra você é mais urgente atualmente? Viver em segurança? Então muito provavelmente quando você se deparar com anúncios que explorem arquétipos como o do governante, as chances de uma mídia de performance gerar resultado é muito maior.
Os arquétipos vão ser úteis justamente para servir de ponte entre o que você precisa e a solução do seu problema. É quando você percebe que existe um propósito e um significado para a sua necessidade. E é a partir desse sentimento que o usuário se sentirá motivado a realizar uma compra.
Arquétipo + gatilho mental = mídia de performance matadora
Uma vez definido o seu arquétipo, é possível, com muito mais propriedade, mirar em gatilhos mentais certeiros.
Adotar um arquétipo, por si só, não vai alavancar em nada o seu negócio. É a junção dele com o tom de voz correto e os gatilhos específicos que vão tornar seus anúncios imbatíveis. Lembre-se que o ser humano é movido por histórias, por envolvimento.
Mídia de performance não é sobre ser pragmático. É sobre ser convincente sem enfeitar demais. É ser claro e objetivo, mas humano ao mesmo tempo.
Aqui vão algumas dicas:
- Quer gerar CONEXÃO com o seu público? Aposte em arquétipos como o cara comum, amante ou tolo. Gatilhos mentais que podem ser explorados são o da reciprocidade, do compromisso e coerência e da afeição.
- Quer despertar o senso de CRESCIMENTO no seu público? Aposte em arquétipos como o herói, rebelde ou mágico. Gatilhos mentais que podem ser explorados são o da novidade e storytelling.
- Quer ser visto como uma MARCA CONSOLIDADA e responsável? Aposte em arquétipos como o criador, governante ou cuidador. Gatilhos mentais que podem ser explorados são o de autoridade, aprovação social e dados e pesquisas.
Preparado para elevar a sua mídia de performance para outro nível? Seja intencional ou não, todo detalhe da sua marca pode influenciar o seu público, Por isso, muita atenção! A sua logo diz muito sobre você, a sua tipografia diz muito sobre você, seu posicionamento (ou falta dele) diz muito sobre você.
Será que a sua empresa passa a sensação e o perfil que você quer que realmente passe? Foque primeiro no O QUE DIZER, para depois avaliar COMO DIZER. Esse é o passo número 1 para um anúncio ser convincente o suficiente para chamar a atenção do seu público e quebrar o padrão de energia do nosso cérebro.